Por Paulo B. Rodrigues e Dante Meller
Asio flammeus. Foto: Paulo Rodrigues. |
A espécie tem hábitos diurnos, mas é mais ativa em horários crepusculares, sendo também ativa à noite. Se alimenta principalmente de pequenos mamíferos, como ratos, mas também de outros pequenos vertebrados e insetos.
É bastante territorial durante a temporada de acasalamento (König & Weick 2008).
Mocho-dos-banhados (Asio flammeus) na Granja do Sossego em 2013. Foto: D. Meller. |
Mocho-dos-banhados. Foto: P.B. Rodrigues. |
Naquela primavera ainda foi avistada mais algumas vezes, sempre ao final da tarde e sempre perto do trigo, em uma oportunidade haviam dois exemplares. Após esse primeiro registro a espécie só foi avistada no final de setembro do ano seguinte (2012), quando estava sobrevoando a lavoura de trigo numa área muito próxima à do ano anterior.
O trigo nessa época está no final do ciclo, começando a secar, e é fácil encontrar uma quantidade grande de pequenos roedores que certamente atraem o mocho. Novamente durante aquela primavera o mocho foi avistado mais algumas vezes até mais ou menos início de novembro.
Agora na primeira semana de junho de 2013, numa grande área de banhado e campos sujos ao lado das áreas de lavouras já citadas, encontramos dois exemplares de Asio flammeus, novamente! Em algumas visitas ao local, sobrevoavam nossas cabeças vocalizando muito, comportamento típico territorialista.
Passamos a fazer algumas ponderações: Existiria um ninho ali, nessa época do ano? Por que os mochos não aparecem no verão, seriam eles migratórios?
Sabemos que a época de nidificação no hemisfério Norte é agora, ou seja, a primavera deles (König e Weick 2008). Mas e por aqui? Há, pelo menos, um registro de nidificação em setembro no Paraná (ver http://www.avesderapinabrasil.com/asio_flammeus.htm).
De novembro a abril toda a nossa região se cobre de soja e os mochos possivelmente devem ficar restritos a áreas de campos e banhados, ou então se deslocar para outro lugar. Já no inverno, por recomendação técnica (rotação), nosso trigo é semeado apenas em cerca de um terço da área e algumas vezes parte dos dois terços fica em pousio (sem lavouras), aumentando a área de caça do mocho. Assim, o inverno pode ser a época de maior oferta de alimentos! E depois com a primavera tudo se torna mais fácil, inclusive com nova oferta de roedores que surgem no trigo seco.
Agora... se fossemos agraciados com alguns filhotes desta bela e rara coruja por aqui, poderíamos até pensar em mudar o título desse texto. Seria "O Mocho-do-Sossego na Granja dos Banhados" uma boa escolha? Acreditamos que sim...
Referência
König, C. e F. Weick (2008) Owls of the World. 2 ed. New Haven and London: Yale University Press.
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Veja também:
As corujas do gênero Asio
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As corujas do gênero Asio
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que buenas fotos lograron de esta especie, donde vivo no es fácil de ver durante el día, es más, solo la vi una vez en mi vida. Excelente trabajo.
ResponderExcluirSaludos
Gracias Hernán!!
ExcluirQue demais!
ResponderExcluirMuito legal o post! Parabéns à família Koch/Rodrigues!!! Compartilhar momentos como estes com vocês é uma graça dos céus! Deus os acompanhe sempre!
ResponderExcluirGrande Dante Meller,
ResponderExcluirRapaz, estou espantado com a maravilhosa foto da mocho indo pousar, foto de concurso, parabéns, sensacional. Sobre a reprodução, o ninho do Paraná monitorei duas temporadas consecutivas, 2007 e 2008, naquela época setembro estava relativamente frio na região, por outro lado devido ao plantio dos arredores, a abundância de presas era alta. Compartilho da mesma hipótese que a sua, provavelmente o casal esteja com ninho na área, sucesso e parabéns
Valeu, Willian!!! Tomara encontremos um ninho por ali... Grande abraço!
ExcluirEntão... rumo ao Mocho-do-Sossego, :)
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