Logo na ida, num trecho denso de mata à beira da estrada, no município de Braga, me deparei com a tristeza: Dois tamanduás-mirim - mãe e filhote - ambos atropelados, permaneciam "intocados" sobre o asfalto, como que implorando aos que passavam: Não causem mais dor à natureza! Curiosamente, nestes dias aprovaram o tal novo código florestal, que traz mudanças preocupantes ao meio ambiente.
Tamanduás-mirim atropelados em trecho de mata no município de Braga, RS. |
Mas, após esse triste sucedido, segui em frente, com a esperança de que a tristeza se transformasse em alegria. No Parque Estadual do Turvo muita coisa interessante me esperava, desde encontros com mamíferos, até aves ameaçadas de extinção e serpentes peçonhentas. Havia também, é claro, encontros com amigos, alunos e pessoas simples de Derrubadas, com quem sempre tenho o prazer de prozear, matear e, às vezes, escutar uns "causos".
Falcão-de-coleira Falco femoralis encontrado à beira do caminho. |
Além das tradicionais pesquisas com aves de rapina, nesta ida tive o prazer de dar aulas de ecologia de campo, sobre aves é claro, para alunos da URI de Frederico Westphalen.
Poder compartilhar registros do gavião-pato Spizaetus melanoleucus, tietinga Cissopis leverianus, coruja-listrada Strix hylophila, dentre outros, foi algo extremamente gratificante. De quebra ainda vimos quem não procurávamos: uma jararaca-pintada Bothropoides diporus.
Jararaca-pintada, um encontro sempre emocionante. |
Mas como tudo o que é bom se termina, me vi sozinho novamente, em busca das rapineiras. Não que fosse ruim, mas depois de agradáveis companhias a solidão é sempre amarga. Mas enfim, quem a Deus tem, nada lhe falta. Sozinho nunca estive. E lá fomos nós, então.
Cateto, espécie procurada e ilegalmente caçada dentro do Parque do Turvo. |
E não é que fui presenteado pelo patrão do céu! Após uma longa e solitária caminhada, motivado por distantes manchas brancas (urubus-rei, na verdade) pousadas em grápias à beira do Rio Uruguai, desci bastante ao longo do Salto do Yucumã. Cheguei em um lugar inóspito, mas não desabitado...
Pegadas de onça (pintada ou parda?) à beira do Rio Uruguai no Turvo. |
Falcão-de-garganta-branca se alimentando em vôo. |
Ainda tive companhias de pessoas locais que se tornaram grandes amigos, como o Sr. Ênio e seus filhos. Junto de algumas dessas pessoas compartilhei registros felizes, como do murucutu-de-barriga-amarela Pulsatrix koeniswaldiana e da anta, o maior mamífero terrestre da América do Sul.
Murucututu-de-barriga-amarela. |
Filhote de anta na estrada do Salto do Yucumã. |
Assim foram meus dias, repletos de encontros, cada um uma vivência, um aprendizado, uma sensação indizível, mas que vale muito ser experimentada. Até onde meu limite permite, eu compartilho-a aqui. Mas a experiência vivida é bem diferente da experiência contada, e meu conselho é: Viva, ame e preserve a natureza!
Eu, pequeno em meio à vigorosa vida no Parque Estadual do Turvo, RS. |
Obrigado a todos os amigos do Parque Estadual do Turvo!
Fotos: Dante Meller.
Dante, tenho certeza que a gente ainda se encontrará no Turvo... em setembro começarei meus campos novamente!
ResponderExcluirAbraço!
Muito legal teu trabalho veio... Fico muito feliz de saber que no meio onde vivo existem pessoas querendo de um modo ou de outro fazer o bem... PARABENS mais uma vez pelo teu trabalho ... Forte Abraço...!!!
ResponderExcluirCara, tu tem o melhor trabalho do mundo. Parabéns e sucesso... Grande abraço
ResponderExcluirGRANDE DANTE
ResponderExcluirCARA PARABENS PELO TEU ESFORÇO, TEMOS QUE DEFENDER A VIDA NESSE PLANETA ACIMA DE TUDO.
SALVE OS ANIMAIS QUE NADA FAZEM A NAO SER TENTAR SOBREVIVER A PRAGA DESSA TERRA..O HOMEM.
FORTE ABRAÇO
Muito obrigado pelos comentários pessoal, são esses incentivos que nos fazem persistir em prol da conservação. Um grande abraço!
ResponderExcluirMuito massa!
ResponderExcluirA ultima imagem sua em meio a vegetação é impressionante! lugar lindo cara!
Valeu, William!
ResponderExcluirQuando quiser conhecer é só dar um alô... Grande abraço!