Uiraçu no Parque Estadual do Turvo. Foto: Dante Andres Meller. |
* por Dante Andres Meller
É como se um raio caísse duas vezes no mesmo lugar, mas de maneira ainda mais impactante.
O fato já havia acontecido com a harpia, há 4 anos atrás, e agora se repete com o uiraçu.
Observar um uiraçu na natureza é um sentimento surreal, e não fossem as imagens para reafirmar, parece que a observação manteria um ar contínuo de "será mesmo que aconteceu!?"
Uiraçu (Morphnus guianensis) no Parque Estadual do Turvo. Foto: Dante Andres Meller. |
Ainda mais raro que a harpia, o uiraçu (Morphnus guianensis) é um rapinante esplêndido, considerado a mais rara das águias florestais da região neotropical. Comparado com a harpia, o uiraçu possui porte um tanto menos robusto, com patas mais finas e bico menor. Possui ainda uma pequena máscara negra muito característica, além de ter ausente o largo colar negro que o adulto da harpia apresenta. Seu penacho não é bipartido, como na harpia, e as coberteiras inferiores das asas são brancas, não possuindo as manchas negras que a harpia tem.
Registros do uiraçu costumam ser raríssimos, sobretudo na Mata Atlântica. Para se ter uma noção do fato, existem apenas dois registros para o estado do Rio Grande do Sul, ambos muito antigos, representados por aves taxidermizadas que foram abatidas na região de Taquara, antes de 1885, e de Santa Cruz do Sul, na década de 1920. Em Santa Catarina, existem duas aves que foram coletadas em tempos passados, além de dois relatos de observação visual ao longo da vertente atlântica, um deles já nos anos 2000. No Paraná, existe apenas um exemplar coletado na década de 60 cerca de 70 km ao norte do PN do Iguaçu. Em Misiones, Argentina, são conhecidos seis registros, embora apenas um esteja documentado por um exemplar taxidermizado, sendo outros três observações relativamente recentes, por volta do ano 2000.
Tais registros missioneiros levavam a uma suspeita de que a espécie poderia ocorrer no Turvo e Belton (1994) já chegou a levantar essa possibilidade. Como nunca houve nenhum indício de que a espécie realmente ocorresse nas matas do parque gaúcho, o uiraçu permaneceu por longo período considerado extinto no Rio Grande do Sul.
Foi quase um mês de espera para a divulgação nas redes sociais, pois queria apresentar primeiramente no II Avistchê - o encontro de observadores de aves gaúchos. Abaixo um breve vídeo da apresentação durante palestra no evento.
Agradeço aos amigos que estavam juntos no momento: o colega Ademir e o guarda-parque Romoaldo. Agradeço também aos amigos do Projeto Harpia, especialmente à Tânia, Áureo, Helena e Gustavo. Também agradeço a toda a equipe do PE do Turvo e à comunidade de observadores de aves que estava presente no II Avistchê, que tornaram tudo ainda mais especial. Enfim, agradecimentos a meu orientador, professor da Unipampa de São Gabriel, Carlos Benhur Kasper, por todo o apoio nessa pesquisa, e aos colegas que tem me ajudado em campo, especialmente ao Alfieri, Ademir e Gabriel. Por fim, à minha querida Ataiz, companheira que sempre apoia e vibra com minhas bem-aventuranças.
Valeu pessoal! Obrigado Turvo... obrigado Senhor, embora acreditasse, por essa eu não esperava!
Momento após divulgação da redescoberta do uiraçu (Morphnus guianensis) no II Avistchê, em São Miguel das Missões. |
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Excelente, Dante!! O momento e as imagens falam por si só!! As aves sabem pra quem aparecem!! Parabéns!!
ResponderExcluirObrigado meu amigo! Um grande abraço
ExcluirParabéns Dante, você é merecedor desse lindo presente da natureza! Abraço
ResponderExcluirObrigado pelas palavras Darlan! Grande abraço
ExcluirDante!!! parabéns!!! lindo teu trabalho!!!
ResponderExcluirMuito obrigado pelas palavras Jorge! Um grande abraço
ExcluirFantástico, parabéns!
ResponderExcluirparabéns.....
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirD+ Dante! Colhes os frutos do teu esforço, da tua perseverança e do teu amor por estes animais! Esse registro prova que temos de acreditar nos nossos sonhos mesmo que pareçam loucura... e seguir nossa loucura mesmo que sejamos os únicos a acreditar! Parabéns irmão!!!
ResponderExcluirMuito obrigado pelas palavras e por todo o apoio mestre!! Foi um dia especial demais, sem palavras pra agradecer! Um grande abraço!
ExcluirDante amigo! Mais uma vez voce acha agulha no palheiro, incrível! Por essa NINGUÉM esperava! Agora, vamos ao ninho! Grande abraço!
ResponderExcluirMuito obrigado Paulo!! Foi emocionante tudo... vamos em busca sim. Grande abraço
ExcluirDescoberta espetacular, parabéns! É mais um tesouro que o Turvo ainda preserva!
ResponderExcluirMuito obrigado Lucas! Grande abraço
ExcluirParabéns pelo valioso trabalho.
ResponderExcluirMagnífica ave!
Eu não conhecia. Agora vou conhecer melhor.
Desejo sorte e entusiasmo no trabalho de vocês.
Obrigado.
Muito obrigado pelas palavras Marco Antonio, é sim uma magnífica ave!
ExcluirQue maravilha, que emoção.
ResponderExcluirAté que enfim alguém se refere a esta linda ave pelo seu nome nativo aqui no Brasil(indígena)e olha que opções não faltam além de Uiraçu tem; uiruuetê, uraçu, uiracuir, uiraquer, e cutucurim...
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