Situado no extremo Noroeste do RS, o Parque Estadual do Turvo é considerada uma das mais importantes Unidades de Conservação em território gaúcho. O atrativo turístico principal da área é o Salto do Yucumã, uma espécie de cascata com quase 2 km de largura em pleno Rio Uruguai.
Biguá no Salto do Yucumã. Foto: D. Meller. |
Aos biólogos, e amantes da natureza em geral, o parque, em sua extensa área - 17.491 ha - oferece muitos outros atrativos. Em destaque, além de uma grande quantidade de riachos, com belas cachoeiras, que cortam o parque de encontro ao grande rio, estão a flora e a fauna.
Foto: D. Meller. |
Árvores enormes, como grápias, angicos e canafístulas embelezam o lugar dando uma sensação de grandiosidade e longevidade à floresta. Por outro lado, delicadas e coloridas flores e borboletas embelezam de forma sútil a paisagem.
Perereca-de-vidro (Hyalinobatrachium uranoscopum). Foto: D. Meller |
Em locais de acesso mais restrito, ao longo de riachos por dentro da vegetação densa, podem-se encontrar espécies raras e ameaçadas de extinção no RS, muitas vezes convivendo a poucos metros de distância, exemplo de uma perereca-de-vidro encontrada a menos de 20 metros do ninho de um rabo-branco-de-garganta-rajada, com filhotes.
Rabo-branco-de-garganta-rajada (Phaethornis eurynome) no ninho. Foto: Marcelo Rocha. |
No parque também ocorre uma grande variedade de serpentes, sendo que uma delas - o jararacuçu - é exclusiva desta área no RS. Esta serpente é a maior das jararacas e sua peçonha é bastante perigosa, no entanto, é um animal que junto com outras espécies das florestas estacionais do Turvo merece ser protegido.
Jararacuçu (Bothrops jararacusso). Foto: D. Meller. |
Outro animal que, obviamente, instiga medo e curiosidade a todo aquele que adentra as matas do Turvo é a onça-pintada. Parece algo surreal e lendário falar de onças-pintadas hoje em dia no Rio Grande do Sul. Mas, de fato, elas ainda existem por lá. O visitante, porém, não precisa ter medo, já que casos de ataque a pessoas são desconhecidos pelos guardas do parque e avistar uma delas é algo muito raro. Além da onça, entre outros mamíferos que chamam a atenção estão o puma, a jaguatirica, o queixada, o cateto, a anta, o macaco-prego, etc. Alguns são poucos vistos na área, como o bugio.
Bugio (ruivo ou preto?). Foto: D. Meller. |
Gavião-pato (Spizaetus melanoleucus). Foto: D. Meller. |
Sovi (Ictinia plumbea). Foto: D. Meller. |
A diversidade de aves é um atrativo à parte, pois sua observação é relativamente fácil quando comparada à de mamíferos ou répteis. Durante alguns trabalhos de pesquisa fiz diversos registros de uma espécie rara e ameaçada de extinção no estado: o gavião-pato. Outra ave de rapina bastante comum na estação migratória de primavera/verão é o sovi, este bem menor e mais comum que o anterior.
Conhecer e conviver em meio à natureza é um privilegio do ser humano. A conservação de nossas matas nativas deveria ser comparada à conservação de nossa saúde, uma vez que qualquer um que experimente a sensação de viver em contato com a natureza aprende o quanto viver de forma simples e tranquila é importante para nosso bem-estar.
Estou curiosa, já ocorreu estudos sobre a nascente do arroio itaquarinchim?
ResponderExcluirHm.. tem um pessoal da URI/Santo Ângelo que trabalha com macroinvertebrados e mata ciliar na região de comandaí, onde nasce o Itaquarinchim.
ResponderExcluirValeu a informação!!!
ResponderExcluirEunísia
Deve ter sido uma divertida expedição.
ResponderExcluir(http://j-marcelo.blogspot.com/)