Projeto Ave Missões: Pesquisa, Educação Ambiental e Conservação com Aves da Região Noroeste do Rio Grande do Sul

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Passarinhando e aprendendo com os amigos

Corucão (Chordeiles nacunda) em Catuípe.
* por Adaltro C. Zorzan
Posso afirmar que sou novo na atividade de observação de aves, pois me tornei um “avemissioneiro” há apenas um ano.

De lá para cá, tive a felicidade de observar e registrar muitas espécies novas, sendo a grande maioria nas saídas a campo com o Grupo Ave Missões, que tão bem me acolheu.

Na primeira delas, em São Paulo das Missões, foram mais de 40 lifers... era tanta ave que era quase impossível guardar o nome de cada uma.


Jaçanã (Jacana jacana) em São Paulo das Missões com o Grupo Ave Missões. Foto: Adaltro C. Zorzan.

Nesse breve post, contudo, pretendo falar de outro tipo de passarinhada, aquela ocasional, na companhia de um ou mais amigos passarinheiros mais experientes, conhecedores (principalmente) das aves de determinado local, bem como dos lugares mais prováveis em que determinadas espécies podem ser encontradas.

Não raro, entre uma saída “oficial” do Grupo e outra, surge aquela vontade de ir a campo e passarinhar. Essas passarinhadas podem acontecer quando se une o útil ao agradável e se aproveita para observar aves durante uma viagem ou um passeio que se faz com a esposa ou quando, por algum motivo, precisamos ir a algum lugar.

Outras vezes, surge um convite para registrar uma ave migratória e que ainda não foi registrada. A conversa começa com uma mensagem no Whatsapp, mais ou menos assim: “Home, já fotografou o sabiá-ferreiro?” E a gente responde: “Nem sabia que existia!” Pronto! Basta combinar o dia e o horário e “ir atrás” daquela novidade ornitológica!

Sabiá-ferreiro (Turdus subalaris) na Restinga Seca, em Santo Ângelo, com Alfieri.

No meu caso, eu nem sempre costumo esperar o convite, pois lanço mão da técnica do “autoconvite”. Funciona assim: “Uma hora eu tenho que ir aí passarinhar com vocês em Cruz Alta!” E como os passarinheiros do Ave Missões são de fé, se eles têm disponibilidade, eles aceitam a “oferta”: “Veeenha!”. Em alguns dias a gente acaba mandando uma mensagem para a patroa com o seguinte teor: “Tô indo pra Cruz Alta. Vou passarinhar!” E o resultado são alguns lifers e uma oportunidade de aprender um pouco mais sobre aves até então pouco observadas ou registradas uma única vez.

Chimango (Milvago chimango) em Cruz Alta, com Pedro e Fernando Sessegolo.

Tem também o BIG DAY, quando alguns membros do Ave Missões se reúnem e saem para fazer uma lista, o que acaba rendendo bons registros e mais aprendizado, pois são visitados locais onde já houve algum registro interessante, oportunidade em que o observador menos experiente acaba fazendo (um monte de) perguntas sobre a espécie que se espera encontrar.

Curicaca (Thristicus caudatus) no Big Day, na Granja do Sossego, em Santo Ângelo, com Alfieri, Pedro Rodrigues e Adelita. Foto: Adaltro C. Zorzan.

Em Santo Ângelo, um bom local para matar a vontade de passarinhar e fazer grandes registros o ano inteiro é a Granja do Sossego, lugar recordista em número de espécies. Um “autoconvite” também funciona nesse caso, embora não falte convite por parte dos amigos passarinheiros que são donos do local e que sempre nos deixam à vontade para passarinhar por lá.

Sanã-carijó (Mustelirallus albicollis) na Granja do Sossego, em Santo Ângelo, com Paulo Rodrigues. Foto: Adaltro C. Zorzan.

Pode acontecer também de um amigo passarinheiro muito entendido do assunto convidar a gente para visitar um local recentemente descoberto e abundante em maçaricos, alertando para a possibilidade de se “Fazer muitos lifers!” O resultado é uma aula sobre a diferença entre o maçarico-de-colete, o maçarico-de-perna-amarela e o maçarico-de-sobre-branco.

Maçarico-de-sobre-branco (Calidris fuscicollis) em Catuípe, com Dante e Alfieri.

Assim, não importa de quem parte o convite! Essas saídas com amigos passarinheiros mais experientes sempre resultam em grande aprendizado, além de boas fotos e possíveis lifers. Um número menor de observadores, uma passarinhada mais curta ou em uma área menor, ou ainda com o objetivo de observar apenas determinada espécie, facilita a observação daqueles menos experientes, pois a interação com os outros passarinheiros é facilitada e o foco recai sobre um número menor de aves.

Para mim, as saídas a campo com o “time completo” do Ave Missões são sempre muito aguardadas e são o ponto alto dessa atividade, mas as “passarinhadas ocasionais” na companhia de algum(ns) amigo(s) passarinheiro(s) são sempre muito proveitosas e agradáveis, até porque se está na companhia de amigos! O que vocês acham?


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7 comentários:

  1. Muito legal o post, Adaltro! Agora além de tudo... ... escritor! :)

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  2. Obrigado, Paulo!! Obrigado pela parceria nas passarinhadas na Granja e com o grupo!! Abraço!!

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  3. Show mesmo Adaltro! Obrigado pelo post e por enriquecer o blog! Abraço

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    1. Eu é que agradeço pela oportunidade de utilizar o espaço!! Abraço!

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  4. Sabias palavras. Me identifico em muitos trechos. Acho que todo passarinheiro ja mandou os exemplos de mensagens que criaste.
    Abraço
    Marcelo Pereira - Flores dá Cunha-RS

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    1. Legal saber que outros passarinheiros tiveram experiências parecidas! Obrigado pelo comentário, Marcelo. Abraço!

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  5. Grande postagem, parabéns! Falou tudo (hehe)!!!

    Ass.:Lucas N de Porto Alegre - RS

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