Corucão (Chordeiles nacunda) em Catuípe. |
* por Adaltro C. Zorzan
Posso afirmar que sou novo na
atividade de observação de aves, pois me tornei um “avemissioneiro” há apenas
um ano.
De lá para cá, tive a felicidade de observar e registrar muitas
espécies novas, sendo a grande maioria nas saídas a campo com o Grupo Ave
Missões, que tão bem me acolheu.
Na primeira delas, em São Paulo das Missões,
foram mais de 40 lifers... era tanta
ave que era quase impossível guardar o nome de cada uma.
Jaçanã (Jacana jacana) em São Paulo das Missões com o Grupo Ave Missões. Foto: Adaltro C. Zorzan. |
Nesse breve post, contudo, pretendo
falar de outro tipo de passarinhada, aquela ocasional, na companhia de um ou
mais amigos passarinheiros mais experientes, conhecedores (principalmente) das
aves de determinado local, bem como dos lugares mais prováveis em que
determinadas espécies podem ser encontradas.
Não raro, entre uma saída “oficial”
do Grupo e outra, surge aquela vontade de ir a campo e passarinhar. Essas
passarinhadas podem acontecer quando se une o útil ao agradável e se aproveita
para observar aves durante uma viagem ou um passeio que se faz com a esposa ou
quando, por algum motivo, precisamos ir a algum lugar.
Outras vezes, surge um convite para
registrar uma ave migratória e que ainda não foi registrada. A conversa começa
com uma mensagem no Whatsapp, mais ou menos assim: “Home, já fotografou o sabiá-ferreiro?” E a gente responde: “Nem sabia que existia!” Pronto! Basta
combinar o dia e o horário e “ir atrás” daquela novidade ornitológica!
Sabiá-ferreiro (Turdus subalaris) na Restinga Seca, em Santo Ângelo, com Alfieri. |
No meu caso, eu nem sempre costumo
esperar o convite, pois lanço mão da técnica do “autoconvite”. Funciona assim: “Uma hora eu tenho que ir aí passarinhar com
vocês em Cruz Alta!” E como os passarinheiros do Ave Missões são de fé, se
eles têm disponibilidade, eles aceitam a “oferta”: “Veeenha!”. Em alguns dias a gente acaba mandando uma mensagem para
a patroa com o seguinte teor: “Tô indo
pra Cruz Alta. Vou passarinhar!” E o resultado são alguns lifers e uma oportunidade de aprender um
pouco mais sobre aves até então pouco observadas ou registradas uma única vez.
Chimango (Milvago chimango) em Cruz Alta, com Pedro e Fernando Sessegolo. |
Tem também o BIG DAY, quando alguns
membros do Ave Missões se reúnem e saem para fazer uma lista, o que acaba
rendendo bons registros e mais aprendizado, pois são visitados locais onde já
houve algum registro interessante, oportunidade em que o observador menos
experiente acaba fazendo (um monte de) perguntas sobre a espécie que se espera
encontrar.
Curicaca (Thristicus caudatus) no Big Day, na Granja do Sossego, em Santo Ângelo, com Alfieri, Pedro Rodrigues e Adelita. Foto: Adaltro C. Zorzan. |
Em Santo Ângelo, um bom local para
matar a vontade de passarinhar e fazer grandes registros o ano inteiro é a
Granja do Sossego, lugar recordista em número de espécies. Um “autoconvite”
também funciona nesse caso, embora não falte convite por parte dos amigos
passarinheiros que são donos do local e que sempre nos deixam à vontade para
passarinhar por lá.
Sanã-carijó (Mustelirallus albicollis) na Granja do Sossego, em Santo Ângelo, com Paulo Rodrigues. Foto: Adaltro C. Zorzan. |
Pode acontecer também de um amigo
passarinheiro muito entendido do assunto convidar a gente para visitar um local
recentemente descoberto e abundante em maçaricos, alertando para a
possibilidade de se “Fazer muitos
lifers!” O resultado é uma aula sobre a diferença entre o maçarico-de-colete,
o maçarico-de-perna-amarela e o maçarico-de-sobre-branco.
Maçarico-de-sobre-branco (Calidris fuscicollis) em Catuípe, com Dante e Alfieri. |
Assim, não importa de quem parte o
convite! Essas saídas com amigos passarinheiros mais experientes sempre
resultam em grande aprendizado, além de boas fotos e possíveis lifers. Um número menor de observadores,
uma passarinhada mais curta ou em uma área menor, ou ainda com o objetivo de
observar apenas determinada espécie, facilita a observação daqueles menos
experientes, pois a interação com os outros passarinheiros é facilitada e o
foco recai sobre um número menor de aves.
Para mim, as saídas a campo com o
“time completo” do Ave Missões são sempre muito aguardadas e são o ponto alto
dessa atividade, mas as “passarinhadas ocasionais” na companhia de algum(ns)
amigo(s) passarinheiro(s) são sempre muito proveitosas e agradáveis, até porque
se está na companhia de amigos! O que vocês acham?
Muito legal o post, Adaltro! Agora além de tudo... ... escritor! :)
ResponderExcluirObrigado, Paulo!! Obrigado pela parceria nas passarinhadas na Granja e com o grupo!! Abraço!!
ResponderExcluirShow mesmo Adaltro! Obrigado pelo post e por enriquecer o blog! Abraço
ResponderExcluirEu é que agradeço pela oportunidade de utilizar o espaço!! Abraço!
ExcluirSabias palavras. Me identifico em muitos trechos. Acho que todo passarinheiro ja mandou os exemplos de mensagens que criaste.
ResponderExcluirAbraço
Marcelo Pereira - Flores dá Cunha-RS
Legal saber que outros passarinheiros tiveram experiências parecidas! Obrigado pelo comentário, Marcelo. Abraço!
ExcluirGrande postagem, parabéns! Falou tudo (hehe)!!!
ResponderExcluirAss.:Lucas N de Porto Alegre - RS