Normalmente, pessoas vão ao Paraguai para comprar alguma coisa. Entende-se... é bem típico nosso querer algo que não se tem, e ainda mais quando se paga menos. Mas o que me levou ao país não foi bem isso, sua natureza é muito rica, incluindo suas aves. Se buscava algo que não tinha eram registros e vivências novas, e foi exatamente o que trouxe de lá. Estive na Estância Urundey em Pedro Juan Caballero, Paraguai.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZCPmJjTco95rgM_M7XdyQ8HEOmo2hBwF2w6-l-4OnIxhK4kaLDNYrGSwJN-aCrKcHS8xcd58Ynayqon000q2EPxpCl4_HY16AVPiNOesGAv4i9Ug2Kncl7iCSTKQ6vZSbF9tyo07Zwa0/s640/Acau%C3%A3+BR.jpg) |
Acauã (Herpetotheres cachinans) na Estância Urundey, Paraguai. |
Paraguai, Argentina e Brasil compartilham da Floresta Atlântica Interior, a mesma que cobre o Parque Estadual do Turvo, no RS, e sofreu um intenso desmatamento ao longo da ocupação de seu território.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpp2rCWI9HjRtM6qkTORClFjqJzT7_byOn5Pr2KrUOThSsnx7bxsPBCNe2L6b-rXVs-tcLWuGceqL19rPMqUMtWqf6-RNFI3WdBrSqlEu6VfT9eddoZLeSr5lP14x6PnxS8TomBDq1zbw/s640/capit%C3%A3o-do-mato+BR.jpg) |
Macuru-de-barriga-castanha (Notharchus swainsoni), umas das espécies afetadas pelo desmatamento. |
A província Argentina de Misiones é o trecho mais bem preservado desse ecossistema, que segue desde o noroeste gaúcho até o sudeste do Paraguai, onde ainda existem remanescentes consideráveis de mata que abrigam uma avifauna típica. É o caso da araponga (Procnias nudicollis), ameaçada de extinção e símbolo da fauna paraguaia. A espécie até foi ouvida nos matos da Estância Urundey, mas fotos só de outra ave florestal algo parecida, a araponga-do-horto (Oxyruncus cristatus).
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYGv7cmlbU4rleVX_k4H-JqQKqrfgTJlJc9EaSlRbECkE8-2xsKnAAAuvAvTeoTvE9L3yX_ur0EVp40BNSDOwIVio32gBQ7CzN4ju4EKQy3r_DI6ENXwPW9Q60N-aA1AY-DD8w-es55tw/s640/araponga-do-horto+BR.jpg) |
Araponga-do-horto (Oxyruncus cristatus). |
Nas matas ainda vimos o caneleiro (Casiornis rufus, à esq.) e a viuvinha (Colonia colonus).
A Estância Urundey situa-se no limite norte da Floresta Atlântica Interior, e, como a mata é fragmentada, suas áreas abertas possuem uma composição bastante associada àquela dos seus biomas vizinhos, principalmente do Chaco e do Cerrado. O Pantanal, por estar próximo, também chega exercer influência na composição, e mesmo araras-azuis ocorrem na área, mas fotos ainda ficarão pra próxima.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtkBL15lglUfEYl5ksMV0yyUmRZxcCyUh4YOuCvj_WyUeLfmV7RzlL44qc84yE9MOd5ZtCNrbLtumAjDyImyVsbCDDyIiXUvyzQ52dHhLywZnc4T87HZuC4SVhkcPsDEOBc1KTmdYuv8M/s400/picapauzinho-an%C3%A3o+BR.jpg) |
Picapauzinho-anão (Veniliornis passerinus). |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOp1-38HJvLLuonFdIdIWTPA5_k0quJKO9kktUVqhf0DlJ37uwVHgqY_TJNEWRBCq55o5z50D9PFje_Tx1c3bNDrU1QeBYeQFzVwQgtO2YXwrYtOT-PrI4QJw5azwkC8Dwt0HauPwvniA/s400/papagaio-verdadeiro+II+BR.jpg) |
Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva). |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjq5Ow2vykYfuIH9KUm_GSL4_qphq5TJH64WL8FbCQC5ufuF0Q04pRfV-uvAFSFSu6EFUs16v2Ef_hiTNXpk-G2JJY8eKZjzFG_6kPHwTbHV1mnl_DcRbwz2X9ePMqgpxN4E69ZSeq7rE/s400/fogo-apagou+BR.jpg) |
Fogo-apagou (Columbina squammata). |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicR7TECRrmIQ4_O2kZ5oQLYnzPf9behKOrdRMCQoVDcd8Is6ER4h1tII9DXGzYrZ7ahBRiN8ENlbje_6ejqaQKO23MNbne9VI-nvX2KZezxFl1LSZC4qscCriZEE7godRarSVVDMdYdIA/s640/rapazinho-do-chaco+BR.jpg) |
Rapazinho-do-chaco (Nystalus striatipectus). |
As atividades da fazenda são representadas pela agricultura e pela pecuária, esta com pastos altos e árvores esparsas, formando um ecossistema interessante. Existem ainda vários fragmentos florestais significativos em um mosaico que parece bastante favorável à fauna. O gavião-pato (Spizaetus melanoleucus), por exemplo, foi avistado sobrevoando esse tipo de paisagem.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgICBq0BRo0y0y3Cb9k6Oidk4ELjtv49jssZA_Sae595RqF70L9X7EcrWin6ESIeY3bXRy-yW2gsUcbyxqgZzXLUTwzzALqe_jxNqodZSp9KubT0eh2bi0bfNPQ9_Mf4RnTXmYGSOe5iWw/s640/gavi%C3%A3o-pato+BRr.jpg) |
Gavião-pato em voo na Estância Urundey. |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGq5BYSao3SLbfSrclY2wXRci8-BFMTZfP9Ew24nIW5LtiCdtS1ZN4mw9l0R01mhIWBw-fdAMuLlBHzyxYGM4SM9qhD5p9fYOEFoUji-3IN9gLutOQW0pRDVeV_Y6W-U6kQ_ssze36JdU/s640/Cap%C3%A3o+do+Taguat%C3%B3+BR.jpg) |
Mata do Taguató, com cerca de 500 ha. |
Lifers
Conhecer novas espécies é sempre motivador, ainda mais quando se tem a oportunidade de registrar algumas em fotografias. Além do macuru-de-barriga-castanha, araponga-do-horto, caneleiro, picapauzinho-anão, rapazinho-do-chaco e arara-azul, também registrei pela primeira vez o japacanim, o ferreirinho-relógio, o caneleiro-de-chapéu-preto, o papa-formiga-vermelho e o murucututu, alguns com fotos, outros não.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvEWSjvytdZL62Gr7KVk_ROcXftrF4gBwOxkiAJ_hRpTnusqgzhRhj4ArMrjspMo4pMA7oqBAYB-RBqjyCyhA5MkUKw6AO0EIxPm5gjkmo_iIKKGmeu5g0XXBGHEXgP1W9AiZNFjnKJKk/s400/japacanin+BR.jpg) |
Japacanim (Donacobius atricapilla). |
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlCKag0vryzjf4fuCwuqtL9FeT99hGOrlkPX4beRdmdIK4le7dcIRg0FOIRTa8qE4kbVL_HjzeyzRcAaIAcIa-2kCx3siE073K6mkr8VSZHYlQ3kiPQ309hiOBZ-6uI983e0jB70kGDOQ/s400/papa-formiga-vermelho+macho+BR.jpg) |
Papa-formiga-vermelho (Formicivora rufa). |
Por fim agradeço à família Moura, pela oportunidade de trabalhar na estância; a todos os seus funcionários, por me acolherem tão bem e ajudarem no trabalho de campo; e ao meu filho Francesco, que foi companheiro em diversas aventuras, trazendo enorme alegria ao meu coração.
* Todas as fotos foram feitas por D. Meller na Estância Urundey, Pero Juan Caballero, Paraguay, em julho de 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário