Projeto Ave Missões: Pesquisa, Educação Ambiental e Conservação com Aves da Região Noroeste do Rio Grande do Sul

domingo, 28 de julho de 2013

Mais um Visitante na Granja do Sossego

Nesse último sábado tive o prazer de guiar novamente o amigo Osni em uma passarinhada aqui em nossa região. 
Dessa vez, porém, o local escolhido foi a Granja do Sossego, a pedidos do próprio visitante. 
A Granja já é conhecida por sua composição de aves e mais uma vez recebemos um passarinheiro de outro estado a fim de conhecê-la. 
Os resultados nos agradaram bastante...

Ao longa da manhã, que começou fria mais uma vez, observamos logo de cara uns quantos rapinantes em uma mesma área. Lá estavam gavião-peneira, chimango, carrapateiro, carcará, gavião-carijó e mocho-dos-banhados, além de uma das espécies procuradas por nós e que na Granja é bastante comum, o gavião-do-banhado. Este deu um show, sobrevoando sobre nós, enquanto vocalizava como quem defendia seu território!

Jovem gavião-do-banhado (Circus buffoni). Repare que este é um exemplar na forma melânica (escura). Foto: D. Meller.

Depois partimos em busca de outro objetivo da manhã, fotografar o veste-amarela. Partimos para o local indicado pelo Paulo, proprietário da granja e que está sempre atento às aves do local. E dito e feito! Foi o Osni quem localizou um grupo de vestes, a partir de duas tesouras-do-brejo que faziam guarda para o bando, no exato banhado que o Paulo havia indicado.

Novamente chamou atenção a associação das duas espécies e fiquei pensando um pouco sobre os benefícios que cada uma recebe. Do veste-amarela parece bastante claro, enquanto se alimenta no chão as tesouras ficam alertas e ao menor sinal de perigo - como a silhueta de um gavião - elas soam o alarme e todo mundo voa! Mas qual a vantagem que a tesoura-do-brejo obtém em ficar de guarda? Uma coisa me ocorreu em quanto me perguntava isso... É possível (e alguém já deve ter descrito isso na literatura) que as tesouras beneficiem-se alimentando de insetos espantados pelos vestes enquanto estes percorrem o chão. Seria algo parecido ao que ocorre com formigas de correição e bandos mistos de aves em ambientes florestais.

Macho do veste-amarela (Xanthopsar flavus). Foto: D. Meller.

Quase no fim da passarinhada, após voltarmos do encontro com os vestes, de repente pousa em uma lavoura, ainda com solo parcialmente exposto, um pequeno pássaro de plumagem pouco atraente. Rapidamente notamos ser um caminheiro e arriscamos o playback do caminheiro-zumbidor, pelas circunstâncias do registro. Foi meio cômico e muito interessante o que se sucedeu. Aos poucos o passarinho se aproximava a rápidos passos, depois repousava um pouco para, em seguida, se aproximar novamente. Alternando essa situação veio até chegar bem perto de nós. Mostrou-se muito desconfiado, e quando parava, normalmente o fazia atrás de gramíneas, e raramente no aberto da terra vermelha.

Caminheiro-zumbidor (Anthus lutescens). Foto: D. Meller.

Agradecemos ao amigo Paulo B. Rodrigues por abrir as portas da granja à nossa visita e também pelas valiosas dicas.

Dante Meller e Osni Sidnei Munhoz na Granja do Sossego, Santo Ângelo.

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9 comentários:

  1. Que beleza, Dante! Que bom que avistaram os veste! Pena não estar por aí para participar deste dia ...

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  2. Acho que o Paulo sempre foge nos dias que "estrangeiros" vão visitar a granja! rssss

    Ótimos registros e fotos!

    Abcs

    Marco Cruz

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    1. Hehehe... Concordo Marco! Parece que é isso mesmo... Valeu, grande abraço!

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    2. Pô Marco, agora me senti em dívida com vocês ... mas o importante é que as aves não fujam dos "estrangeiros", né ?! rss ...

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  3. Obrigado Paulo por deixar as portas da Granja sempre abertas ao "birdwatchers", é um lugar muito bom para se "passarinhar", com diferentes habitats e muitas aves, em especial as rapinantes.

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    1. Valeu Osni, gostei muito das suas fotos no WikiAves, parabéns !

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