Projeto Ave Missões: Pesquisa, Educação Ambiental e Conservação com Aves da Região Noroeste do Rio Grande do Sul

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Participação no 1º Censo de Rapinantes Paranaense

Carcará em araucária no RVS dos
Campos de Palmas. Foto: DAM.
* por Dante Andres Meller
Neste último sábado aconteceu o 1° Censo Simultâneo de Aves de Rapina nos Campos Gerais Paranaenses.

A organização foi uma iniciativa do Instituto Neotropical e do site Aves de Rapina Brasil, com apoio do IAP, Museu de História Natural Capão da Imbuia e Parque das Aves.

A participação minha e do colega Alfieri foi para incluir o sul do Paraná no levantamento, mais especificamente os campos da região de Palmas, onde ocorrem espécies importantes para a conservação, como a águia-cinzenta.

Não é de hoje que a região de Palmas, no sul do Paraná, tem chamado nossa atenção. Nos arredores desse município, que faz divisa com o estado de Santa Catarina, existem alguns locais muito interessantes para observadores de aves, como a Estação Ecológica da Mata Preta, o Parque Nacional das Araucárias e o Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas.

Vasta área de campos nativos no Refúgio de Vida Silvestre dos Campos de Palmas, Paraná. Foto: DAM.

Nossa participação no Censo de Rapinantes se deu especificamente na área do Refúgio, onde passamos o dia inteiro observando gaviões, falcões e urubus.  Com cerca de 16,5 mil hectares, essa UC possui vastos campos nativos, matas de araucária e outras formações antropizadas, incluindo cultivo de pinus. De qualquer forma, a paisagem é muito interessante, tanto para espécies de áreas abertas, como para florestais.

Ao longo do dia, nós observamos 12 espécies de rapinantes diurnos, tendo grande parte dos avistamentos sido representada por aves relativamente comuns, como o carcará, o quiriquiri e o gavião-caboclo.

Carcará (Caracara plancus). Foto: DAM.

Quiriquiri (Falco sparverius) afugentando um gavião-caboclo (Heterospizias meridionalis). Foto: DAM.

Embora mais escassos, tivemos também registros de destaque, incluindo duas águias-chilenas, um gavião-de-cabeça-cinza, um gavião-de-sobre-branco e um gavião-bombachinha-grande. Este último, num raro e feliz momento de observação do colega Alfieri, que enquanto eu tentava a sorte de encontrar uma águia-cinzenta em um trecho de campos "sujos", resolveu entrar em um capão de mata e deu de cara com esse "fantasma" florestal. O tal dom do encontro...

Gavião-bombachinha-grande (Accipiter bicolor). Foto: Alfieri Callegaro.

Além das espécies rapinantes, nós também nos deslumbramos com a vasta paisagem campestre da área, embelezada por vales com vigorosos capões de mata de araucária. E pudemos também apreciar outras espécies, como a belíssima e ameaçada de extinção noivinha-de-rabo-preto, que é bem representada no refúgio.

Noivinha-de-rabo-preto (Xolmis dominicanus). Foto: DAM.

Agradecimentos especiais aos organizadores, sobretudo o Pedro Scherer-Neto e o Willian Menq pela importante iniciativa e por nos permitir participar. Também ao gestor da UC, Ricardo Jerozolimski, por autorizar nossa visita à área, e aos demais funcionários do ICMbio que trabalham na sede de Palmas. Agradecimentos também ao colega João Vitor Andriola, que conhece muito da avifauna local e nos passou dicas valiosas!

Enfim, pela preservação dos campos nativos, deixamos nosso apelo.


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6 comentários:

  1. Belo projeto e parabéns aos 2 pela participação!!

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  2. Valeu amigo Adaltro! Lugares muito bonitos... vale a pena conhecer. Um grande abraço!

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  3. Ótimo post e importante projeto, parabéns! Lindas aves e paisagens!

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    1. Valeu, Lucas! Essa região lembra bastante os campos altos de nossa serra gaúcha... Um abraço

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  4. Excelente participação meu amigo, bom demais. Abração

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