Projeto Ave Missões: Pesquisa, Educação Ambiental e Conservação com Aves da Região Noroeste do Rio Grande do Sul

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Agenda 2019

*por Dante Andres Meller e Grupo Ave Missões
Miudinho fotografado em São Paulo
das Missões. Foto: Cláudio Furini.
Após reunião de planejamento com integrantes do grupo, definimos a agenda das saídas a campo de 2019.

É interessante destacar que, além de saídas clássicas como o PE do Turvo, o PE do Espinilho e a TI do Guarita, também optamos por locais ainda não visitados pelo grupo, como Independência, Rolador e Santa Rosa.

O ano já começou com a tradicional saída em janeiro para São Paulo das Missões e pretendemos encerrá-lo com a confraternização comemorativa de 10 anos do grupo!

Abaixo a agenda de saídas de 2019 do Grupo Ave Missões. A agenda receberá atualizações, conforme novos detalhes forem sendo incorporados e eventuais alterações sejam necessárias. Incluiremos aqui os links com os relatos das saídas postados no blog e os links para as listas de espécies observadas, nesse caso, divulgadas sempre no Táxeus ou, excepcionalmente, no Ebird. Interessados em participar das saídas favor entrar em contato por email (dantemeller@yahoo.com.br) ou através de nosso facebook.

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Janeiro - São Paulo das Missões (26-27)

Esta tradicional saída de janeiro sempre abre o ano de forma aconchegante no interior da região das Missões. Entre as aves, destacam-se araçari-castanho, tietinga, sanhaço-de-fogo, saíra-de-chapéu-preto, entre outras. Rapinantes também costumam abrilhantar essa saída, especialmente pelos já registrados gavião-de-cabeça-cinza, gavião-bombachinha, caracoleiro e falcão-relógio. Espécies noturnas também tornam a saída interessante, sendo que o urutau é quase presença confirmada e, mais recentemente, foi encontrado também o joão-corta-pau no local. Por fim, o beija-flor-tesoura-verde, descoberto há pouco na área, representa o único registro de ocorrência até o momento no estado, tornando ainda mais atrativa a visita.

Beija-flor-tesoura-verde (Thalurania furcata) em São Paulo das Missões. Foto: Carlos N. Kuhn.


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Primeira saída do grupo no local, que possui um fragmento de mata relativamente grande pra região e com registros interessantes já realizados, embora seja ainda pouco conhecido. Entre as espécies que já foram encontradas, destacam-se o gavião-bombachinha, o negrinho-do-mato, o limpa-folha-de-testa-baia e o papa-lagarta-de-euler. No entorno do fragmento, já foram encontradas a fogo-apagou e o maçarico-do-campo. É muito provável que outras aves interessantes também venham a ser registradas conforme novas visitas forem sendo feitas.

Papa-lagarta-de-euler (Coccyzus euleri) em Independência. Foto: Gabriel Brutti.

Relato da saída
Lista de aves observadas

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Março - Cerro Largo/Rolador (17) - Cancelada!

Próximos ao rio Ijuí, os municípios de Cerro Largo e Rolador representam bons locais para observação de aves na região das Missões, uma vez que possuem ambientes interessantes na transição das matas do norte para os campos do sul. Em Cerro Largo, por exemplo, já foram encontradas espécies pouco comuns no estado, como o arapaçu-de-bico-torto, a fogo-apagou, o gavião-de-cabeça-cinza e o mocho-diabo. Em Rolador, existem relatos da ocorrência de várias aves interessantes, sobretudo no Fundão do Ijuí, incluindo as marrecas-cricri e colhereira, que no entanto necessitam documentações no noroeste do estado. Nessa mesma área já foi encontrado também o periquitão-maracanã, outra espécie pouco comum na região.

Periquitão-maracanã (Psittacara leucophthalmus). Foto: Dante A. Meller.

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Garruchos é um local que reserva descobertas e redescobertas, já que desde o tempo do ornitólogo W. Belton poucos observadores têm visitado o município. Em uma visita com o grupo, tivemos bons encontros com espécies tanto de florestas, como a guaracava-cinzenta, o estalador e o miudinho, como relacionadas a áreas úmidas abertas, como o veste-amarela, a marreca-cabocla e o gavião-cinza. Muito interessante, também, são os ambientes de savanas de pau-ferro, onde fizemos o segundo registro pro estado do bagageiro. Enfim, o local é promissor e mais investidas podem render descobertas ou mesmo reencontros com espécies que não foram mais vistas no estado desde o tempo de Belton, como o barrranqueiro-de-olho-branco e o peixe-frito-verdadeiro, ambos observados pelo famoso ornitólogo em Garruchos.

Bagageiro (Phaeomyias murina) em Garruchos. Foto: Dante A. Meller.
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Por ser um dos maiores fragmentos de mata do Rio Grande do Sul, a Terra Indígena do Guarita sempre instiga a aparição de espécies florestais que ocorrem no PE do Turvo, uma vez que a floresta é relativamente semelhante e próxima. Exemplos de aves que, além da Guarita, no noroeste ocorrem somente no Turvo, incluem o araçari-banana, rabo-branco-de-garganta-rajada, pinto-do-mato e tapaculo-ferreirinho, entre outros. Rapinantes costumam ser bem observados nesta saída, e além dos que aparecem com regularidade, como o gavião-de-cabeça-cinza e o caracoleiro, encontros com o urubu-rei e o gavião-pato estão entre as possibilidades. No local, há também uma ceva que costuma atrair aquelas espécies difíceis de fotografar, como os inambus e a tovaca-campainha.

Tovaca-campainha (Chamaeza campanisona) na Guarita. Foto: Cláudio Furini.
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Esse é mais um daqueles locais que dispensa apresentação, já que é destino certo no roteiro dos observadores de aves, por incluir espécies que em solo brasileiro tem ali sua única ou então principal área de ocorrência, como o cardeal-amarelo, arapaçu-platino, lenheiro, rabudinho e outros. Costuma ser também a região um ótimo local para avistamentos da águia-chilena, sobretudo ao longo da estrada entre Uruguaiana e Barra do Quaraí. A época escolhida, inverno, possibilita aparições de migrantes vindos da patagônia, como a noivinha-coroada, ou mesmo algo bem mais raro, o que deixa os ânimos dos observadores ainda mais acesos com a visita ao local.

Cardeal-amarelo (Gubernatrix cristata) no Espinilho. Foto: Dante A. Meller.
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Santa Rosa representa mais um local pouco visitado pelo grupo, muito embora novas descobertas estejam sendo feitas pelos observadores locais, as quais têm nos chamado atenção. Entre os registros, podemos destacar o gavião-de-cabeça-cinza, o gavião-bombachinha, a coruja-listrada e os falcões-relógio e caburé. Um dos registros mais destacados é o do pica-pau-rei, uma espécie bastante rara fora dos grandes blocos florestais.

Pica-pau-rei (Campephilus robustus) em Santa Rosa. Foto: Débora Kunzler.
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Agosto - São Borja/Santo Antônio (17-18) - Cancelada!

Principalmente por seus extensos banhados, São Borja é um local muito interessante para a observação de aves. Espécies características de áreas alagadas, como marrecas, socós, saracuras e até o tuiuiú podem ser encontradas em bons números no município. Também ocorrem aves relevantes para a conservação, como alguns caboclinhos, o gavião-cinza e o carretão. Destacam-se ainda espécies como o cardeal-do-banhado, tricolino, japacanim e chorão. Na divisa entre São Borja e Santo Antônio, existem matas bem preservadas ao longo do rio Icamaquã, beiradas por extensos campos sujos que enriquecem a paisagem, onde, ao que tudo indica, devem ocorrer espécies relevantes também.

Carretão (Agelasticus cyanopus) em São Borja. Foto: Dante A. Meller.

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Setembro - PE do Turvo (7-8) - transferida para 12-15/10!

Saída bastante tradicional do grupo que sempre é motivada pelo encontro com espécies exuberantes e ameaçadas de extinção a nível estadual, como o pavó, o pica-pau-de-cara-canela, a jacutinga e o gavião-pato. Ultimamente, o uirapuru-laranja tem também abrilhantado as visitas, sendo "figura" praticamente confirmada. Aos mais sonhadores, um encontro com o gavião-de-penacho ou até mesmo com a harpia é sempre uma possibilidade, basta estar no lugar certo, na hora certa.

Uirapuru-laranja (Pipra fasciicauda) no Turvo. Foto: Dante A. Meller.
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Outubro - São Francisco de Paula (12-15) - cancelada!

São Francisco de Paula representa uma das saídas mais interessantes para o grupo, uma vez que inclui diversas espécies típicas ou restritas aos campos de cima da serra. Além daqueles típicos representantes das araucárias, como a gralha-azul, outras espécies mais raras, como o sabiá-cica, o caneleirinho-de-chapéu-preto, a tesourinha-da-mata e a araponga também podem ser encontradas, especialmente na FLONA. Nos banhados, o caboclinho-de-barriga-preta, o arredio-do-gravatá e a noivinha-de-rabo-preto, por vezes em associação com os veste-amarelas, são presenças muito marcantes. Por fim, há sempre a possibilidade de encontros com as águias campestres, seja a cinzenta ou a chilena, o que motiva ainda mais os observadores a visitar São Chico.

Gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) na Flona. Foto: Dante A. Meller.

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Novembro - Esteros del Iberá ou Lagoa do Peixe (15-17) - cancelada!

Conhecer Esteros del Iberá, agora recentemente Parque Nacional da Argentina, é um sonho que o grupo a cada ano projeta, infelizmente ainda não alcançado. Dentre as aves, destacam-se os caboclinhos, por isso mesmo meados de novembro em diante é a data escolhida para a possível visita, levando em conta os hábitos migratórios destes pequeninos passarinhos. A tesoura-do-campo certamente seria o ponto alto da visita, dada a sua extravagante beleza e pelo fato de que no Brasil é muito rara e no RS é já considerada extinta.

Se a primeira opção de saída falhar, temos como alternativa o paraíso das aves aquáticas do Rio Grande do Sul, a Lagoa do Peixe, também Parque Nacional. Esta, com seus maçaricos, batuíras, trinta-réis e flamingos, dispensa maiores apresentações. De uma forma ou outra, teremos belas aves para observar.

Batuiruçu (Pluvialis dominica) na Lagoa do Peixe. Foto: Dante A. Meller.

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Além das saídas a campo, também foi pré-definida uma nova reunião, dia 16 de março em Santo Ângelo, para tratar do Avistchê 2019, a ser realizado em setembro em São Miguel das Missões, e fazer o fechamento do Baita Ano 2018.

Por fim, marcamos a confraternização de final de ano para 7 de dezembro como sendo a comemorativa de 10 anos do Ave Missões, já que definimos o dia 28 de novembro de 2009 como o marco inicial do projeto.

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Veja também:

Retrospectiva 2018
Agenda 2018
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